sexta-feira, 19 de setembro de 2008

hoje como é Sexta feira e o fim de semana tá aí decidi deixar algumas reflexões filosoficas!Sempre temos mais tempo para....Filosofar!!!

REFLEXÃO À VIDA

Somos, por natureza, seres dotados de optimismo. Por isso, a vida se
justifica pela constância do presente, onde, a sua efemeridade revela-se em
intermináveis pretéritos de presentes-futuros contabilizados pelo movimento
perene da terra em torno do astro-rei.

O que é a vida senão, a esperança taciturna e despreocupada de viver a cada
grã momento o movimento eterno de tudo e em tudo que há vida; assim como na
semente que germina, na manhã que culmina irradiante e no amor que aflora no
genuíno coração de menina; e que, acima de tudo, se revela como um mistério
Divino, não só nas coisas grandiosas, mas também, nas coisas pequeninas...

A vida é um jogo, onde cuja adversária é a morte, a qual só existe em função
da própria vida; a vida não pode doar-se gratuitamente à morte, e, nem
tampouco, a morte quer a vida de graça. Pois tudo tem um preço a ser pago,
mormente, quando se entra no inexorável jogo do nascer. Portanto, o objetivo
da vida é que se viva intensamente o aqui e o agora em detrimento de um
futuro-mais-que-perfeito. Enquanto, o objetivo da morte é que se morra, o
quanto mais rápido, melhor.

A morte ronda 24 horas a vida, à espera de uma oportunidade fatal; às vezes,
ela se reveste de formas diversas, possíveis e impossíveis (o seu jogo); é
comum, muitas vezes, ela aparecer revestida de Religião (uma forma
inteligente e prática de pegar e levar muitas vidas facilmente); outras
vezes, ela surge como vício (se diz até que toda vida tem um vício), quando,
na verdade, vício algum justifica à vida; mas, apenas, ao vital interesse da
própria morte.
Contudo, o único, o exclusivo, o absoluto de todos os vícios cabe à
extraordinária exceção da sapiência do vício de viver. Isto é, o vício de
viver intensamente bem, a vida. Eis, então, o vício único, exclusivo,
absoluto que incomoda a morte completamente e que a deixa revoltadíssima;
por isso, como vingança, ela se reveste dos mais vis e nocivos vícios, os
quais, muitas das vidas os tem como prazer ou deleite do bem viver. Vícios
pelos quais muitas das vidas são destaques, porém, são vícios que só dão
ênfase à “vida” e mais vidas à morte. Destes vícios viveram, intensamente,
os Românticos; destes vícios vivem, intensamente, artistas ou não-artistas
que fumam, que bebem, que se drogam; destes vícios vivem, intensamente, os
homens de posição social, de status, de poder, cuja ambição é a sedenta fome
pelo vil metal - o capital.
A morte não gosta da morte cedida, gratuitamente, pela “vida” (como levam a
crer alguns suicidas ou covardes). Tal comportamento é subestimar o poder da
morte ou da sua inteligência de eterna perscrutadora, infalível, de vidas.
A quem interessa o fim de um covarde à vida? Se nem a vida nem a morte o
querem nem mesmo por piedade? A quem, afinal, interessa o covarde fim de um
suicida?...
O poder da vida é ludibriar a morte e esta, à vida; como num verdadeiro jogo
interminável entre ambas. A vida só vence a morte vivendo intensamente até
a última gota, o último suspiro de vida com extrema senilidade, porque só a
velhice extrema e sadia faz da morte uma derrotada; à morte, não interessa
anciãos experientes e sábios; interessa-lhe jovens sadios, fortes e
inteligentes. Uma vida intensamente vivida é de elevadíssimo grau de
existência que, para a morte, é a eternização do seu inexorável sofrimento,
e do seu iminente fracasso no jogo contra a vida.
Por isso, vivamos intensamente a vida até o último instante da extrema
senilidade sadia; pois que, à morte, não lhe interessa um exército de senis
felizes e moribundos a rirem desgraçadamente da sua cara (cara da morte) de
perdedora!!!
Eis que, assim, velho ou muito velho não morre, simplesmente, retorna ileso
para o lugar de onde veio (sonho, nada, tudo, éden, infinito, céu,
eternidade...), porque cumpriu dignamente o seu papel (o de viver) na terra.
Ou seja, viveu intensamente até o último suspiro que lhe fora merecido.

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